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domingo, 17 de julho de 2022

Consciência Política

 


“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem” (I Pedro 2.13,14).

Esse texto é bastante apropriado para nós: ele nos fala de consciência política. É importante observarmos esse ensinamento bíblico por dois motivos, pelo menos. Em primeiro lugar, porque percebemos que a Bíblia também fala sobre a política; ela não a coloca como algo demoníaco ou com o que os cristãos não devem de modo nenhum se envolver. É necessário desmistificar o pensamento que muitos cristãos têm sobre política.

 Muitos cristãos imaginam que não podem e nem devem buscar uma consciência política; que todo e qualquer pensamento político é ruim e significa ausência de espiritualidade; que pelo fato de serem cristãos devem buscar apenas o sobrenatural, deixando as coisas naturais para os não-cristãos. Mas devemos refletir sobre a nossa posição aqui na terra: ainda não fomos glorificados, não fomos morar no céu. Ainda estamos na terra e precisamos ter a consciência das coisas que acontecem aqui. Não devemos pensar que o posicionamento do cristão diante da política deve ser desinteressado ou displicente. O cristão deve, pelo contrário, estar atento a todas as questões políticas do seu país e mais do que isso: a ordem de Pedro para os cristãos é: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor”. Pedro não está dizendo que os cristãos devem se colocar acima delas como se fossem melhores ou como se soubessem mais do que elas, nem se rebelar contra as autoridades quando sentirem que elas estão tomando atitudes erradas ou difamar e criticar as instituições humanas por causa dos seus erros. Há muitos que diante das situações da vida conclamam as pessoas à rebelião: dizem que as pessoas precisam pegar em armas e usurpar o poder do tirano explorador, propondo uma revolta em massa contra as autoridades instituídas. Outros levantam a sua voz para falar mal do governo ou para criticar os governantes, e levantam difamações ou criam boatos para desestabilizar sua administração.

Apesar de serem notórios entre os cidadãos do Império os excessos, as festas, as orgias e os absurdos praticados pelos imperadores de Roma, Pedro não conclamou os cristãos a se rebelar contra as instituições ou se colocar acima das mesmas para promoverem o julgamento. No entanto, ele também não disse que os cristãos devem se colocar passivamente debaixo das instituições humanas, com uma posição de ignorância. A Bíblia não admite uma postura de submissão sem reflexão. Há muitas pessoas que se sujeitam a alguma instituição simplesmente porque lhes é mais cômodo. Eles não querem pesquisar e nem estudar os princípios que regem aquela instituição, e tendem a confundir passividade com submissão – por isso vivem completamente ignorantes acerca das instituições e fazem o que fazem simplesmente porque sempre se fez daquele jeito – são como bois que, sem saber, seguem a boiada em direção ao matadouro.

Paulo não agia assim; ele era submisso às autoridades, mas não era passivo. Quando lemos acerca da sua prisão em Jerusalém, registrada em Atos 22, vemos que Paulo não era ignorante quanto às instituições humanas – ele conhecia as leis do Império em que ele vivia. Por isso, quando estava sendo amarrado para ser açoitado, Paulo disse: “Ser-vos-á, porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?” (At 22.25). Paulo fez lembrar aos seus exatores a Lex Porcia, que proibia que um cidadão romano fosse tratado com violência.

Pedro está chamando os cristãos para se colocarem abaixo das autoridades humanas. Com toda humildade, os cristãos devem reconhecer sua posição de autoridade e ser submissos a elas. Eles não devem tê-las como inimigos; antes, devem reconhecê-las como instrumentos de Deus. Ao afirmar isso, Pedro não está dizendo que os cristãos só devem se submeter às instituições que são justas aos seus olhos; pelo contrário, também àquelas autoridades civis que são injustas, arbitrárias e até mesmo não cristãs. O próprio Pedro, quando escreveu essa carta, estava vivendo debaixo do governo do imperador Nero, um homem pagão e insano. Apesar disso, Pedro se submete a ele e conclama as pessoas a fazerem o mesmo até as últimas conseqüências, que no caso de Pedro foi a morte por crucificação depois de ter-se negado a oferecer sacrifícios a outros deuses.

Às vezes existe má compreensão quanto à sujeição às autoridades civis. Essa sujeição deve ser total enquanto as autoridades não exijam que a pessoa cometa pecados contra Deus. Em Atos 5, por exemplo, vemos que os apóstolos se sujeitaram ao Sinédrio e por isso não se rebelaram quando foram açoitados, mas não se submeteram à ordem de pregar o nome de Cristo. Eles reconheceram que precisavam obedecer às autoridades, mas também que a obediência a Deus é sempre prioritária (Atos 5.29). Portanto, não importa quem é a autoridade civil sobre um determinado país; o que importa é que os cristãos devem estar em submissão a essa autoridade, dentro do limite da obediência a Deus.

Em segundo lugar, percebemos que Pedro orienta os cristãos a não serem meros observadores dos acontecimentos políticos. Eles devem, sim, se submeter às instituições humanas, mas, consciente, ativa e voluntariamente. Nas eleições no Brasil, por exemplo, o voto é obrigatório para todos os brasileiros que têm mais de 18 anos e menos de 70 anos. A obrigatoriedade do voto é uma instituição humana, estabelecida para garantir a todas as pessoas o exercício dos direitos políticos. Mas essa mesma lei também estabelece que o voto é livre, direto e secreto – ou seja, cada cidadão tem o direito de, por si mesmo, votar consciente e voluntariamente no candidato que desejar. Não devemos votar nos candidatos apresentados por quem quer que seja, mas sim naqueles que melhor se amoldam ao nosso modo de pensar.

 É importante entendermos o significado de “instituição humana”. Esse termo não se refere apenas à figura de autoridade humana, como um juiz ou governador, mas a tudo aquilo que o homem cria com o objetivo de estabelecer a ordem dentro da sociedade. Aqui se incluem as leis, que são na verdade a autoridade natural mais elevada dentro de um estado democrático – no Brasil, a Constituição da República. São as leis que conferem autoridade aos cargos públicos; por isso, devemos entender que Deus nos chama para nos submetermos às leis brasileiras. Pedro afirma: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor”.

O cristão deve entender que a sua obediência às instituições humanas deve ser conseqüência do seu conhecimento do Senhor. O cristão que conhece o Senhor sabe que Deus é quem dirige toda a história; o mundo dos homens não é dirigido pelo acaso, por demônios ou pelo próprio homem. Ele sabe que o seu Senhor é Todo-Poderoso e por isso é Ele quem, de alguma maneira e segundo os seus propósitos eternos e providenciais, faz serem elaboradas as leis. Quanto às leis injustas e anticristãs, mesmo sendo uma reivindicação totalmente legítima e relevante, o cristão não deve reclamar, murmurar ou criticar as autoridades. Antes, deve colocar os seus olhos em Deus e descansar nEle, tendo a certeza que Deus não perdeu o controle da situação e que Ele certamente tem um propósito naquilo tudo. O Senhor é bondoso e não deseja o mal ao ser humano; assim, todas as suas atitudes são boas. Mesmo as instituições aparentemente más aos olhos do homem certamente vão, em algum tempo, expressar a bondade de Deus.

Essa realidade não é facilmente entendida pelas pessoas, mas temos como exemplo a história de José, filho de Jacó, que foi vendido como escravo ao Egito pelos próprios irmãos. Deus estava dirigindo a história, e José reconheceu isso quando afirmou: “Deus me enviou adiante de vós, para conservar a vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus” (Gn 45.7,8). Ainda que os padrões de bondade de Deus não sejam semelhantes aos do ser humano, o cristão que conhece ao Senhor pode descansar, reconhecendo que no final de tudo a bondade do Senhor vai se manifestar com clareza. Por isso, o cristão pode se sujeitar a toda instituição humana, porque ele sabe que acima dela está o Senhor e Ele é bom.

Pr. Aroaldo de Oliveira

domingo, 10 de julho de 2022

HERESIAS



QUANDO AS TRADUÇÕES HUMANAS, OCULTAM AS REVELAÇÕES DIVINAS.

Heresia: Doutrina contrária ao que foi definido em matéria de fé - Contrassenso; absurdo

Heresia é fruto de um mestre altivo sem vínculo com o Espírito Santo

Até onde vai a pretensão humana em improvisar interpretações de sua própria mentalidade, como se dominasse plenamente os assuntos espirituais?

É lamentável que exista homens que não tendo discernimento de si mesmo em suas reações tão complexas da vida, queiram se posicionar como quem esteja em condições elevadas, para traduzir os mistérios de Deus.

Exatamente por razão da altivez humana, a heresia tem sido um distúrbio de conceitos que se entranha no meio da sociedade religiosa, proporcionando entre os que se dedicam aos estudos teológicos, as controvérsias nas escritas e nas oratórias. As polêmicas vão gerando divisões denominacionais e até criações de novas seitas, trazendo graves prejuízos a humanidade que se perde debaixo das ideologias pragmáticas, sem o efeito da verdade que liberta, mas com os errôneos ensinos que escravizam. Por esta razão, muitas pessoas se dizendo dedicadas em suas práticas religiosas, permanecem sem mudanças de comportamentos, no que tange aos maus hábitos, não abandonam certos vícios, oram, rezam e cantam, sem melhoras de suas doenças psicológicas, traumáticas e de sérios problemas de opressões espirituais.

A Bíblia diz que, a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens. (Tito 2:11)

O apóstolo Paulo escreveu a Tito seu filho na fé, uma verdade plena e inquestionável sobre tal salvação, sob o efeito da graça de Deus manifestada a todos os homens. Enquanto isto, há quem pregue outro evangelho, dizendo que a salvação não é para todos. Inclusive dizendo que uns nasceram para perdição e outros para salvação.

Como aceitar que uma pessoa dedicada no evangelho, sofra uma recaída e se afasta do caminho e por uma fatalidade, venha a morrer. Devemos aceitar a teoria de que a tal pessoa era filho ou filha da perdição? Não seria melhor vê-la como vítima de um descuido e até de uma melhor atenção dos irmãos, da denominação que ela pertencia?

Outro absurdo é dizer que, o homem que é para ser salvo, mesmo que esteja com a vida totalmente violada, na carne, no pecado, nos vícios e na mais profunda lama, se ele for filho da salvação, na última hora, por um fiasco, será buscado pelo arrependimento, à salvação. Neste caso, o que significa a palavra de Cristo quando diz que é necessário nascer de novo? Está escrito: Na verdade, na verdade te digo que, aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. (João 3:3) João 3:5-8.

Paulo ainda deixou esse entendimento muito claro a Tito, no tocante a nascer de novo, ser lavado, regenerado e renovado pelo Espírito Santo. Está escrito:  Quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que sendo justificados pela graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. (Tito 3:4-7)

Existe um assunto bastante polêmico e um pouco desconfortável na interpretação apelativa em algumas denominações, que é a doutrina da predestinação. Apoiados na oração sacerdotal quando Jesus disse: Estando com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. (João 17:12) Tal pronúncia deu margem a acreditar que filhos da perdição, são pessoas predestinadas a condenação.

Na sua opinião, Jesus se refere a profecia das Escrituras ou está dando margem a entender que os filhos da perdição existem?

As Escrituras além de contar as histórias dos feitos de Deus entre os homens, dão as profecias dos acontecimentos futuros.  Leia no Salmo 41:9 diz: Até o meu amigo íntimo em que eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar.

Tipos de batismos, lava pés, uso do véu, modos diferentes da santa ceia, visão do arrebatamento, período milenar, juízo final, são assuntos geradores de polêmicas. É possível conhecer todos os seguimentos na íntegra sem gerar heresias?