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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

UMA ÉGUA CHAMADA CONTENDA


Tudo estava indo muito bem numa praça chamada Harmonia, lotada de pessoas, que se divertiam, caminhavam, conversavam, algumas jogavam cartas na mesa, outras jogavam milhos para os pássaros, as crianças brincavam nos balanços e escorregos... Até que uma égua selvagem, ferozmente surge saltando e dando coices em tudo por onde passava, pois estava desgovernada, derrubando e machucando muitas pessoas, quando alguns homens com cordas enlaçaram-na e dominaram a fera que relinchava com muita fúria. O fato, é que ninguém sabia a razão pela qual aquela égua se encontrava daquele jeito, mas lamentaram que agora aquele animal deveria ser sacrificado, para evitar estragos piores, pois a sua selvageria, quebrou monumentos na praça, mesas e bancos e o pior, machucou muita gente, inclusive crianças gravemente... A égua mesmo amarrada mostrava resistência, ela não tinha dono, surgiu do nada e entrou quebrando tudo e antes de ser sacrificada, puseram o nome dela de Contenda Galopante, pois essa seria a melhor forma de descrever um exato movimento de uma contenda, como uma égua sem controle. 

A contenda é assim, surge do nada, não tem explicação e nem aplicação justa, calculada. Não vê quem está a sua frente, nos lados, não tem cautela, controle, cuidado algum que procure evitar ferir alguém, quebrar alguma coisa ou sentenciar a si mesma.
Deixe-me apresentar o discernimento desse sentimento tão danoso para nossas vidas e nossas relações, para que nunca tenhamos que ser mortos, destruídos em nossas reações tão inconsequentes, pois a CONTENDA é um estrondo da desarmonia que quebra as alianças.
É impossível se manter firme num ciclo de amizades, quando se tem a alma contenciosa e cheia de inconformismos, sentimentos de frustrações e tantos complexos interiores que agonizam e turbam os sentidos. CONTENDA na verdade é como uma inspiração maligna que não precisa de um motivo para se manifestar. Por si mesma, procura ou cria motivações para cumprir a sua missão de bagunçar a ordem, de destruir princípios e separar as amizades, além de contaminar um grupo.
CONTENDA é uma violência insana, desprovida de afeto e respeito ao semelhante. Busca vítimas ou provoca conflitos, aflige os fracos e golpeia os indefesos. A contenda desune, espalha, estilhaça sem piedade.
Bem aventurados os pacificadores, sim, benditos sejam os que rejeitam a contenda, que anulam a ira desgovernada, sem equilíbrio emocional e sem domínio próprio. Benditos sejam os que se inspiram no amor fraterno, em busca de edificações e diretrizes para um caminho melhor em meio as tribulações, nas circunstâncias pesadas e obscuras da vida. 
As escrituras nos ensinam sobre o autocontrole no meio dos aborrecimentos: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” (Efésios 4:26)
Aprendemos também que precisamos nos calar, mesmo estando contrariados: “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos.” (Salmos 4:4)
Quem é dominado pelo espírito de contenda, se inflama de disposição para destruir, para ofender, para desrespeitar, para contrariar e para perseguir suas presas, de algum modo... Seus sentidos são dominados por uma mentalidade de um mostro encurralado, que precisa destruir, para se defender. Seu vigor para violência, tanto na agressão fisica, como na agressão verbal é totalmente inconsequente e desprovido de justiça.
Toda contenda precisa ser dominada, anulada, bloqueada. Se não morrer, vai matar, se não matar, vai procurar vítimas até que sua sentença surja para sua condenação e destruição.
Não crie jamais essa égua em nenhum celeiro do inconformismo, um dia, ela pode sair galopando sem controle e bagunçar a praça da Harmonia. 
Sim, a CONTENDA é uma égua desgovernada dando coices... 
Deus te conserve em paz.
Pr. Aroaldo de Oliveira

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