Alguns anos atrás, um grupo da minha comunidade Evangélica me procurou para uma reunião que seria para eu tomar uma medida muito séria. Para minha surpresa o grupo disse que, um homem que frequentava nossos cultos, vivia bêbado com a Bíblia na mão cantando nas ruas hinos da harpa cristã e falando bem alto para todos ao redor: "Eu sou daquela igrejinha do pastor Aroaldo... agora sou de Jesus e não abro..."
Até então não vi nada demais na prática daquele pé de cana, mas infelizmente o grupo que me procurou, queria que eu o excluisse, pois consideravam que ele estava escandalizando a nossa denominação. Tomado de indignação eu disse: Como posso excluir um homem que precisa de cura na alma e libertação do vício?! Não seria melhor o grupo se unir para ver meios de auxilia-lo e não lança-lo mais ainda para a perdição? Cadê Deus na decisão de vocês? Perguntei.
Naquela reunião que fora organizada para aquela sentença da equivocada justiça, me deixou tão decepcionado que acabei dando suspensão ao grupo, pela falta de amor ao próximo... Fui criticado por muitos, pela medida, fui reprovado pelo grupo e por alguns que sem noção de minha repreensão aos que não praticavam o amor, me depreciaram como pastor. Sendo que, na manhã do dia seguinte, procurei o homem da 'igrejinha do pastor Aroaldo'... Ele abriu a porta da sua casa em pranto, se atirou de joelhos no meio da sala dizendo: Pastor me ajude, preciso me libertar!!
Sua casa estava num estado lastimável, com o ar de abandono, pois aquele homem havia sido desprezado por sua família e deixado por sua querida filha que por um tempo, tentou ajuda-lo. No mesmo dia o levei ao centro de tratamento de dependentes químicos, onde a direção tocada pelo amor do Espírito de Deus abraçou a causa daquele homem.
Sim, o seu nome era José e após a sua recuperação, passou a ser um dos melhores discípulos na área de resgate de jovens no submundo das drogas. Graças a Deus e ao amor vinculado a justiça!
Quando leio: Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça afim de que todas as coisas nos sejam acrescentadas... Me deparo com a hipocrisia impraticável das pessoas, aparentemente defensoras da fé cristã, mas que infelizmente a justiça de Deus está longe de suas ações. Não passa de uma mera teoria descartada diante dos seus interesses pessoais. Triste quando a opinião do seu veredito forjado, determina a sentença nada justa sobre alguém. Na verdade o engano e a injustiça da maligna sentença contra alguém, fatalmente está acontecendo.
Embora esteja escrito que bem aventurados os misericordiosos, pois alcançarão a misericórdia, mesmo assim, no tocante prática da justiça, muitos engomadinhos pregadores, enfeites de púlpitos, erram feio com acusações e indiferenças, não se dão conta que, a prática da justiça e amor, absolve e transforma vidas e destinos.
Que a partir de agora, a justiça ligada ao amor seja a sua contínua inspiração.
Shalom!
Pr. Aroaldo de Oliveira
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