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sábado, 4 de junho de 2022

O Perdão como principal alicerce nos relacionamentos

 


Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Efésios 4:32

Na história de Jacó assistimos o destaque do perdão que Esaú concedeu a ele muitos anos após, mesmo sofrendo a terrível dor e revolta por ter sido traído. É lindo o cenário deste reencontro, onde ambos se abraçam e choram, permitindo boas lembranças e dando lugar a saudade. Prevaleceu o amor e a aliança entre os irmãos.

Posteriormente Jacó tem um real encontro com Deus, de modo que Deus lhe deu outro nome, Israel (príncipe com Deus) pois que, lutara com um Anjo que representava Deus. Anos se passaram, Jacó o agraciado Israel, gerou doze filhos, dentre os quais, tinha o filho que mais amava por ter sido gerado por Raquel, seu nome era José, o famoso José do Egito, que sofreu grandes injustiças pelos seus irmãos, mas que no reencontro, conseguiu liberar perdão e lhes abraçou : E beijou a todos os seus irmãos, e chorou sobre eles; e depois seus irmãos falaram com ele.(Gênesis 45:15)


O perdão é a prática do amor, tanto amor ao próximo, como o amor a si mesmo,  porque quem perdoa seu semelhante liberta a si próprio e o outro também.

Muitas pessoas guardam mágoas por anos e isso é um mal muito antigo da humanidade, que precisa ser eliminado. Quem não consegue perdoar o outro também não se perdoa e se anula.

Na prática da vida, é muito maior a necessidade de perdoar do que esperar pelo perdão, pois quem não consegue perdoar, respira o ódio, tristeza e sede de vingança; ainda que não busque vingar-se com as próprias mãos, não consegue ter paz, até que veja o seu adversário derrotado ou sofrendo algum dano na vida.  Enfim, quem não perdoa se destrói aos poucos e pode ser que, alguém que a feriu não passe por nenhuma crise, enquanto que a pessoa ferida, mergulha num poço de mágoas até a morte.

O ressentimento desgasta-nos física e emocionalmente. Toda mágoa, além de ser cansativa, é um sentimento que leva-nos à depressão, ansiedade ou ataques de pânico, alterações no sistema imunitário, podemos ser levados às dificuldades cardíacas e outros problemas físicos relacionados com o nível de stress do nosso organismo. A verdade é que, “o ressentimento é como a própria pessoa tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”. Comparando com a raiva, esta é como uma intoxicação alimentar que pode ser muito intensa, mas que termina rapidamente. Relativamente à raiva, podemos reconhecê-la, expressá-la e, finalmente, deixá-la ir. Como disse o escritor inglês Edward G. Bulwer-Lytton (séc. XIX): “ A raiva ventilada muitas vezes encaminha-se para o perdão; a raiva escondida muitas vezes endurece em vingança”.

Perdoar significa deixar ir o passado (Gerald Jampolsky).

Sabemos que, não é muito fácil a pessoa se libertar do passado onde fora acometida de dores e situações indesejáveis. E pode sofrer de forma inconsciente, uma compulsão repetitiva de voltar a um episódio traumático ou a determinado padrão de comportamento. Por exemplo, se foi magoado por alguém que era bem próximo no seu passado, marido, esposa ou alguém da família e a questão nunca foi “resolvida”, é muito provável que inconscientemente se tenha reações agressivas ao perceber comportamentos semelhantes do triste passado e tente resolver o que ficou pra trás, ou seja, quem guarda mágoas, pode viver surtando com as pessoas erradas por causa das características idênticas de alguns comportamentos, tentando resolver as situações jamais superadas.

É necessário perdoar o que aconteceu lá atrás, pois será a melhor forma de seguir em frente, numa direção de paz e ultrapassar o passado de traumas e superar as dores.

A capacidade de perdoar o semelhante é quando tenho a maturidade e o entendimento de que, todo ser humano é falho por sua natureza pecaminosa e prejudicada pela serpente desde o Édem. De fato, o adversário de nossas almas tem a função de matar, roubar e destruir, desde o princípio e a minha luta é contra ele e não contra os homens, pois não existe seres infalíveis, todos erram por suas limitações, erram por razão dessa natureza corrompida. Ao mesmo tempo entender que, quando nos libertarmos de rancores, evitamos doenças e muitos problemas e seguimos com a vida em frente.  

Jamais devemos confundir o perdão com a aceitação de uma injustiça, mas tenhamos a compreensão de que, se não perdoamos sofremos por essas injustiças. O criminoso precisa ser responsabilizado pelos seus atos sim e quanto a nós na condição de vítimas, a necessidade de perdoar é manter a saúde interior, imunidade física e espiritual. Somos livres e temos paz com Deus.

Pr. Aroaldo de Oliveira

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